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Vitória de Santo Antão, Pernambuco, Brazil
Sou metalúrgico aposentado,chaveiro autônomo, gosto de ler e escrever poesias. Visualizar meu perfil completo

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BAIXINHO CARNE DE PESCOÇO

BAIXINHO MAS “CARNE DE PESCOÇO”
    Eu só tenho um metro e sessenta de altura. Quando eu era criança tomei muito banho em rios. Contraí esquistossomose, esse verme se alojou no meu fígado, e eu tive terríveis problemas de saúde. Talvez por isso, eu tenha crescido pouco, meu irmão mais novo do que eu, era bem mais alto do que eu. Quando servi o Tiro De Guerra da minha cidade, eu era o último da fila. Na escola, nos campos de futebol, no trabalho, sempre fui chamado pelos colegas de baixinho.
     Meu pai separou-se da minha mãe quando eu tinha dois anos de idade, e eu fui criado por minha avó. Minha avó me dizia o seguinte: Nunca insulte ou provoque ninguém, nem mais forte, nem mais fraco do que você. Mas, se alguém quiser bater em você “se vire e, não chegue em casa apanhado” porque se isso acontecer, quando você chegar em casa vai apanhar outra vez.  “Eu nunca criei filho pra ser saco de pancada de ninguém” dizia ela. Eu colocava em prática essa mensagem. Quando um colega (na escola ou num campo de futebol) mais alto do que eu, queria se aproveitar da minha baixa estatura, e queria bater em mim, eu dava-lhe um chute nos testículos ou no “Osso da canela” era o suficiente pra desmotivar, e mostrar, ao grandão  que não era tão fácil bater em mim. Quando eu já tinha doze anos, comecei a praticar pugilismo, por ser baixinho os mais altos tinham dificuldade de me bater na linha da minha cintura, eu me aproveitava disso, fechava às guardas, deixava o adversário bater, e num descuido dele, procurava pegá-lo de baixo para cima acertando-lhe a ponta do queixo.
     Desde os meus nove anos, que eu aprendi a ganhar dinheiro para ajudar na minha, e nas despesas e da minha casa. Trabalhei na roça para ganhar dinheiro. Quando mudei para a cidade, Lavava carro dos outros, carreguei frete na feira, fui aprendiz de mecânico, borracheiro... Quando já estava cursando o antigo curso ginasial, trabalhei como vendedor em lojas de sapatos e lojas de tecido.
    Aos meus vinte e três anos  fui residir em São Paulo. Tive muitas dificuldades no começo. No segundo dia que estava em São Paulo,  um ladrão entrou no quarto que eu morava e roubou tudo que eu tinha. Superadas as primeira dificuldades, fiz Senai e tornei-me profissional, casei e tive três filhos; Dois fizeram faculdade um continua estudando. Todos três já são adultos e casados. Os meus três filhos são meu maior orgulho e a minha maior riqueza.


     Estou contando tudo isso, para dizer (em linguagem bem objetiva, que acho uma grande “FRESCURA”, essa ESTÓRIA de BULLYING que psicólogos, e outros inventores de regras sociais inventaram). Os garotos da minha época praticamente  todos, tinha apelidos; eram negrinho, negrão, alemão, careca, pé de foice, mocotó, gordo, zé bruta, Pinta gorda, palito, ximbute...    Ninguém cresce traumatizado porque foi chamado de preto, magro, gordo, baixinho, ou qualquer outra “besteragem” hoje conhecida como PRECONCEITO ou BULLYING.  Acho até, que essas coisas, podem servir, para tonar o indivíduo mais forte, e ensiná-lo a superar algumas dificuldades. Portanto, vamos parar com essa “Frescura” de BULLYING e PRECONCEITO, quem tiver filho ensine pra ele que obstáculos existem para ser superados porque “a vida só é dura pra quem é mole”.    

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