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Vitória de Santo Antão, Pernambuco, Brazil
Sou metalúrgico aposentado,chaveiro autônomo, gosto de ler e escrever poesias. Visualizar meu perfil completo

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Receita para melhorar


MENSAGEM PARA UM JOVEM QUALQUER.
Você quer melhorar sua vida e melhorar o seu país? Eu lhe dou a receita:
 Anos sessenta. Quando eu tinha 23 anos de idade, eu era balconista em uma loja de tecidos na cidade que nasci.  Trabalhava com um fardamento padronizado e uma gravata no pescoço. Estudava no melhor colégio e frequentava o melhor clube da cidade.  Achei que precisava melhorar de vida e fui para São Paulo. No segundo dia que eu estava lá, um ladrão entrou no local onde eu fui morar e levou todo o pouco que eu tinha. Fiquei sem roupa, sem sapato, sem dinheiro, sem emprego, sem parente, sem amigos e em um lugar que não conhecia. Para não passar fome, fui a uma sorveteria pedir para vender picolé pelas ruas, lá, o dono da sorveteria me disse que eu tinha de ter uma caixa de isopor e dinheiro para pagar antes, o picolé que eu queria vender. Explique-lhe a minha situação e a muito custo ele me emprestou uma caixa que já estava furada e que eu tapei o furo com uma rolha de cortiça, e muito desconfiado, deixou que retirasse sem pagar 50 picolés. Eu que trabalhava bem vestido e com uma gravata no pescoço, passei a trabalhar com uma caixa de isopor nas costas. Continuei vendendo, com o meu lucro eu comprava um filão de pão e uma palma de bananas, esse foi o meu alimento todos os dias, durante três meses, até arrumar o meu primeiro emprego. Era anos sessenta período de muitas passeatas, protestos e agitações. Eu nunca participei de nenhuma delas, não tinha tempo para isso. Nunca desafiei a polícia, não fui preso, não apanhei, não bati e nem feri ninguém. Sempre achei que essas coisas não consertam nada.  Assim que tive oportunidade matriculei-me no Senai. Fiz ajustagem mecânica, controle de qualidade e metrologia. Tornei-me profissional e fui trabalhar em uma metalúrgica. Já um pouco melhor de vida, casei, comprei um terreno, trabalhava à noite na fábrica, e, de dia ia para o meu terreno construir uma casa para morar. Vieram filhos, a minha casa não estava terminada ainda, mas eu já estava melhor de vida e imaginei que podia fazer alguma coisa para melhorar a vida de outras pessoas mais pobres do que eu. Comecei a trabalhar como voluntário na pastoral da família em uma igreja católica do meu bairro. Visitei muitos barracos e encontrava alguns deles cobertos com pedaços de latas, pedaços de plásticos e até papelão. Muitas vezes tirei dinheiro do meu bolso, comprava telhas para cobrir alguns desses barracos. Eu e a minha esposa fazíamos campanha na vizinhança, com os colegas de trabalho e na comunidade para fazer sextas básicas para diminuir o sofrimento dessas famílias. Fui também voluntário no CVV Centro de Valorização da Vida (um serviço de prevenção ao suicídio). Sempre acreditei que para melhorar a minha vida e as condições de vida do meu país, primeiro eu tinha que estudar, trabalhar, melhorar a minha vida, deixar de ser um peso para sociedade e, se possível, depois, com o meu trabalho, melhorar a vida dos outros também. Após quase trinta anos que fui para São Paulo, retornei para a cidade que nasci, no meu carro próprio, com dinheiro para comprar uma casa e fazer algum negócio. Hoje eu tenho setenta anos, sou aposentado, a minha mulher também, meus três filhos estão criados dois deles fizeram faculdade, uma não fez porque casou antes do tempo. Meus filhos são trabalhadores, também querem melhorar o país, mas não são baderneiros. Apesar dos meus setenta anos de vida, eu continuo trabalhando e servindo ao meu país com o meu trabalho. Se outros são corruptos, se roubam e, se são ladrão, eu não sou. Sei que no mundo sempre existiu e continuará existindo, gente de toda qualidade. Eu procuro ser o melhor que eu posso, e fazer o melhor que sei. É assim que eu procuro melhorar o país. Sei que a minha vida não serve como receita para ninguém. Sei que nem a vida de Jesus Cristo serviu; talvez porque ele não ensinou que para melhorar o mundo se deveria: quebrar portas de bancos, incendiar ônibus, depredar patrimônios públicos, e matar pessoas. O próprio ex-presidente Lula, que passou 31 dias preso, porque defendia melhores salários para os trabalhadores e essa democracia que temos agora, tem muitos por ai, que se pudessem já o tinham colocado em uma cruz como fizeram com Jesus Cristo. DESCULPE-ME, OS QUE PENSAM DIFERENTE DE MIM, MAS EU IMAGINO QUE O PAÍS SÓ SERÁ MELHOR, SE TODOS NÓS FORMOS MELHORES, E NÃO APENAS OS POLÍTICOS QUE AINDA NÃO APRENDEMOS A ESCOLHER. ACHO QUE EM UMA DEMOCRACIA, A ÚNICA ARMA VÁLIDA PARA CONSERTAR, É O VOTO, E NÃO, UMA BOMBA INCENDIÁRIA.

Egídio Timóteo Correia.

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