Certa vez eu conversava com uma amiga, ela olhou-me
com um olhar meio espantado e disse: - “Egídio você parece que não é desse
planeta!”
Algumas vezes eu fico pensando que minha
amiga tinha razão. Pode ser que do planeta que eu vim, lá não se bate em
crianças, não se humilha crianças na frente de outras crianças ou de adultos.
Talvez lá, já se aprendeu a educar crianças com carinho, firmeza no que se diz,
e muita conversa, mas nunca com violência.
Hoje na minha oficina, eu vi uma senhora
danar a mão em uma criança de cinco anos por uma coisa que, ao ver, era uma
bobagem. Eu falei para a senhora,- ela é só uma criança. A senhora olhou pra mim
com olha de reprovação e disse: - Ela
tem que entender que: ... Eu respondi tudo
bem senhora, a senhora acha que ela tem que entender... Eu sou adulto, e eu
mesmo acho que tenho que entender uma poção de coisas que eu não entendo. O meu
filho mais novo tem 36 anos (eu nunca bati nele) mas, eu acho que ele, já adulto, deveria entender
muitas coisas que ele não entende. Vejo outros adultos que eu acho que eles
deveriam entender... Mas, eles não entendem. Provavelmente a senhora também
acha que eu deveria entender que... Os médicos acham que a gente não deve
fumar, mas nós teimamos e fumamos. Quem faz as leis de trânsito acha que devemos
obedecê-las e nós... A bíblia diz que não se deve pecar, mas, nós pecamos. As
leis, os juristas, dizem que; não se deve: Ofender os outros, desrespeitar, trapacear,
corromper e tantas outras coisas. Mas os adultos fazem.
Se nós
adultos, não entendemos o que os outros acham que devemos entender, imagine,
uma criança! Se não batemos em um adulto, quando o adulto não entende o que
queríamos que ele entendesse, por que batemos nas crianças, quando elas não nos
entendem? É, talvez eu seja mesmo de
Egídio T. Correia.
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