SOBRE OS AVÓS
Um avô já foi criança, sabe como uma criança gosta de ser tratada.
Um avô já foi adolescente, já foi jovem, até
se tornar papai. Quando papai, as obrigações, a necessidade de ganhar a vida,
limitou parte do tempo que ele tinha para dedicar e entender melhor os filhos.
O vovô já entende de filhos e de papais. O
tempo que o vovô tem, a vaidade que o vovô perdeu, o coloca mais próximo do
coração do neto.
Até se tornar papai o vovô ainda não se dava
conta de que a vida é passageira e as crianças são sábias quando se trata de
aproveitar a vida. As crianças precisam muito pouco ou quase nada de máscaras.
A criança é mais real, sem as etiquetas fúteis dos papais.
O vovô já percebeu ao deixar de ser papai, que crianças precisam
mais de carinhos, atenção e nivelamento do que presentes caros e sofisticações
desnecessárias.
Um neto carece do vovô, assim como o avó
carece do neto. Um ainda está começando a vida, o outro já está chegando ao
ocaso da vida. Essa carência mútua e afetiva, os tornam mais cumplices. Já os
papais, se acham tão importantes que são incapazes de terem verdadeiramente os
seus próprios filhos, e de terem também, verdadeiramente seus próprios
pais.
É por
isso, avôs e netos, se nivelam quando se trata de afetividade.
O vovô Egídio Timóteo
Correia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário