CONTRADITÓRIO
NÚMERO DOZE
(Egídio Timóteo correia)
Eu já passei dos setenta
Não
estou na melhor idade.
Esse
slogan inventado
Não
passa de falsidade.
Sou
velho sei que sou velho
Não
tenho a menor vaidade.
Sou
velho não estou morto
Trabalho,
estudo e estou vivo.
Procuro
está informado
E
no meu lado criativo
Escrevo
crônicas e poemas
Com
a mente e corpo ativo.
Mas
não quero me enganar
Nem
quero ser enganado
Queria
ter vinte anos
Quando
tinha o corpo sarado
Namorava,
corria e pulava
Sem
me sentir enfadado.
O
peso dos anos contam,
Sei
que não sou um menino.
Não
posso me esquecer
E
cometer desatinos
Tudo
começa e acaba
Não
existe outro destino.
Quero
ser homem real
Não
gosto de hipocrisia
Velho
querendo ser moço
Não
passa de fantasia
E
só queria ser moço
Com
a atual sabedoria.
Tem
gente fantasiando
Tem
gente tentando iludir
Forçando
a quem é velho
A
só pensar em consumir
Pra
mim é sempre um bom livro
O
meu jeito de divertir.
Não
gosto de muito barulho
Não
gostava quando era moço.
Nunca
fui de oba-oba
Gritaria
e alvoroço
Por
isso e que estou inteiro
Não
vivo no fundo do poço.
Quem
vive se engando
Faz
o que não pode fazer.
Fala
pelos cotovelos
Diz
o que não pode dizer.
Velho
querendo ser moço
É
um sábio sem saber.
Encerro
o cordel doze
Lembrando
da mocidade.
Do
tempo que era jovem
Não
minto tenho saudades.
Sou
um velho consciente
Só
me sinto mais competente
Usando a maturidade.