CORDEL DO CONTRADITÓRIO/4
Sou poeta por vocação
Não aprendi na escola.
A minha escola é a vida
Minha vida é uma bola
Que o tempo vai chutando
No campo que a vida rola.
A poesia faz parte
Desse mundo que eu vivo
Observo tudo que vejo
Interpreto e analiso
E pra tomar decisão
Eu passo pelo meu crivo.
Não sou filósofo formado,
Não sou padre nem doutor.
Aprendo mas não ensino
Porque não sou professor.
Faço letras não faço musicas
E nem sou compositor.
Mas dou ritmo às minhas palavras
Nos versos que vou fazendo.
A minha mente vagueia
Enquanto estou escrevendo.
Vou ao fundo da memória
Buscar o que estou querendo.
Não sou sabidão em nada
Do muito sei um pouquinho.
Do pouquinho que aprendi
Vou desfrutando
sozinho
Mas espalho de vez em quando
Meus versos pelo caminho.
Sendo assim eu vou fazendo
Versos com simplicidade.
Sem os rigores da métrica
Sem os ranços da vaidade
Sem o linguajar catedrático
De quem tem autoridade.
Tem aqueles que me criticam
Tem aqueles que me elogiam.
Tem os técnicos da gramática
Que meus erros policiam.
Os amantes literários,
Que veem, leem e avaliam.
Tem quem goste do que penso,
Quem vê o modo que eu que vejo
Faz parte do que eu faço
Valoriza o que escrevo
E isso sim me incentiva
Pra ser poeta me atrevo.
Contudo quero é ser lido
E quero ser comentado.
Por quem acha que eu estou certo
Ou quem acha que estou errado
Só não erra quem não faz
Já diz o velho ditado.
Um cantador sem ouvintes,
Um poeta sem leitor
É como igreja evangélica
Que não tem o seu pastor
Ou um time de futebol
Sem técnico nem jogador.
Por isso é que agradeço
A você que está lendo
Estes meus versos matutos
De quem aprendeu
vivendo
Já chegando ao final da vida,
Mas antes da despedida
Vou morrendo e aprendendo.
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