Epitáfio
(Egídio Timóteo Correia)
(Egídio Timóteo Correia)
1943
Do calendário cristão
Lá no bairro da mangueira
Em Vitória de Santo Antão
Vim ao planeta dos mortais
Enfrentando esse mundão.
Do calendário cristão
Lá no bairro da mangueira
Em Vitória de Santo Antão
Vim ao planeta dos mortais
Enfrentando esse mundão.
Meu pai e a minha mãe,
Santana e Severino
Me botaram nesse mundo
Em forma de um menino
Escrevendo minha história
Nas páginas do meu destino.
Santana e Severino
Me botaram nesse mundo
Em forma de um menino
Escrevendo minha história
Nas páginas do meu destino.
Da cidade fui pra roça
Depois voltei pra cidade.
Vivi em sítios e ruas
Criaram-me sem vaidades
Como tantas crianças pobres
Fiz a minha identidade.
Depois voltei pra cidade.
Vivi em sítios e ruas
Criaram-me sem vaidades
Como tantas crianças pobres
Fiz a minha identidade.
Se não vim das alegrias
Também não vim das tristezas.
Não Me criei revoltado
Nem odiando a pobreza
Não cresci ambicioso
Nem escravo da riqueza.
Também não vim das tristezas.
Não Me criei revoltado
Nem odiando a pobreza
Não cresci ambicioso
Nem escravo da riqueza.
Fui crescendo e pulando pedras
Colhendo flores e espinhos.
Tomando banhos nos rios
Aprendendo devagarinho
Nunca fui mestre em nada
Vivendo de tudo um pouquinho.
Colhendo flores e espinhos.
Tomando banhos nos rios
Aprendendo devagarinho
Nunca fui mestre em nada
Vivendo de tudo um pouquinho.
Nunca gostei de insultar
Nem de ser provocador.
Nunca quis afrontar ninguém
Nem de ser bajulador
Só defendo as minhas verdades
Com o que tenho é o que sou.
Nem de ser provocador.
Nunca quis afrontar ninguém
Nem de ser bajulador
Só defendo as minhas verdades
Com o que tenho é o que sou.
Minha avó foi meu espelho
Mulher forte sem vaidades.
Guerreira por natureza
Com muita força de vontade.
Enfrentava com bravura
A quaisquer dificuldades.
Mulher forte sem vaidades.
Guerreira por natureza
Com muita força de vontade.
Enfrentava com bravura
A quaisquer dificuldades.
Suas lições aprendi
Sua coragem eu herdei.
Pulei fogueiras da vida
Nos caminhos por onde andei.
Meus sucesso e tropeços
Só culpo a mim pois mereço
Do bom e ruim que provei.
Sua coragem eu herdei.
Pulei fogueiras da vida
Nos caminhos por onde andei.
Meus sucesso e tropeços
Só culpo a mim pois mereço
Do bom e ruim que provei.
Não quero levar deste mundo
Frustrações, mágoas ou rancor.
Não sou exemplo em nada
Nem da vida professor
Não sou melhor nem pior
Não quero compaixão ou dor
Aprendi a ser o que sou.
Frustrações, mágoas ou rancor.
Não sou exemplo em nada
Nem da vida professor
Não sou melhor nem pior
Não quero compaixão ou dor
Aprendi a ser o que sou.
No dia em que eu morrer
Me botarem num caixão
E levarem o meu corpo
Pra dentro do frio chão
Se poderem leiam esses versos
Pois são neles que eu confesso
O que levo no coração.
Me botarem num caixão
E levarem o meu corpo
Pra dentro do frio chão
Se poderem leiam esses versos
Pois são neles que eu confesso
O que levo no coração.
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