CABOCLO
HÍBRIDO.
(Egídio
Timóteo correia)
Eu sou um caboclo híbrido
Criaram-me
sem vaidades;
Entre a roça e a cidade.
Entre a roça e a cidade.
Nasci
em uma casa na rua
Mas
já cortei lenha na mata
pra cozinhar o feijão.
pra cozinhar o feijão.
Limpei
e cavei o chão,
pra plantar milho e batata.
pra plantar milho e batata.
Lavei
carro, carreguei frete na feira,
Lutei
desde muito cedo, pra comprar farinha e pão.
Lavei
cavalo no rio, na chuva, no calor, no frio...
Amassei
barro pra fazer casa de taipa
Mas
sei instalar chuveiros, Iluminar banheiros,
Sentar
tijolos, cimentar chão.
Fui
balconista, vendi tecido e sapatos,
Auxiliar
de cozinha, lavei prato,
Fui metalúrgico, inspetor de qualidade.
Fui metalúrgico, inspetor de qualidade.
Já
peguei ônibus lotado, passei aperto dentro do trem.
Já
passei fome e já comi bem.
Sou
daqueles que nada tem, e pouca coisa me basta.
Nunca
vivi na mamata, usando terno e gravata,
Roubando,
enganando outros, me passando por bom cristão.
Há
quem ache que sou grosseiro
É
que meu linguajar verdadeiro, fala sem enganação.
Se
isso é bom ou ruim, eu não sei, não sou escravo nem rei.
Não
sinto pena de mim, não me gabo, não sou fanfarrão.
Pisei
em alguns espinhos, não santo nem bonzinho,
Não vivo na ilusão.
Não vivo na ilusão.
Com
tantas lapadas da vida,
Aprendi curar minhas feridas, fazendo versos,
Aprendi curar minhas feridas, fazendo versos,
Colorindo
meu universo,
Ser poeta, esquecer o que não presta,
Ser poeta, esquecer o que não presta,
E, acalentar meu coração.
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