Eu já passei dos setenta
Não
estou na melhor idade.
Esse
slogan inventado
Não
passa de falsidade.
Sou
velho sei que sou velho
Não
tenho a menor vaidade.
Sou
velho não estou morto
Trabalho,
estudo e estou vivo.
Procuro
está informado
E
no meu lado criativo
Escrevo
crônicas e poemas
Com
a mente e corpo ativo.
Mas
não quero me enganar
Nem
quero ser enganado
Queria
ter vinte anos
Quando
tinha o corpo sarado
Namorava,
corria e pulava
Sem
me sentir enfadado.
O
peso dos anos contam,
Sei
que não sou um menino.
Não
posso me esquecer
E
cometer desatinos
Tudo
começa e acaba
Não
existe outro destino.
Quero
ser homem real
Não
gosto de hipocrisia
Velho
querendo ser moço
Não
passa de fantasia
E
só queria ser moço
Com
a atual sabedoria.
Tem
gente fantasiando
Tem
gente tentando iludir
Forçando
a quem é velho
A
só pensar em consumir
Pra
mim é sempre um bom livro
O
meu jeito de divertir.
Não
gosto de muito barulho
Não
gostava quando era moço.
Nunca
fui de oba-oba
Gritaria
e alvoroço
Por
isso e que estou inteiro
Não
vivo no fundo do poço.
Quem
vive se engando
Faz
o que não pode fazer.
Fala
pelos cotovelos
Diz
o que não pode dizer.
Velho
querendo ser moço
É
um sábio sem saber.
Encerro o cordel doze
Lembrando
da mocidade.
Do
tempo que era jovem
Não
minto tenho saudades.
Sou
um velho consciente
Só
me sinto mais competente
Se
uso a maturidade.
Egídio
T. Correia.
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