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Vitória de Santo Antão, Pernambuco, Brazil
Sou metalúrgico aposentado,chaveiro autônomo, gosto de ler e escrever poesias. Visualizar meu perfil completo

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

CORDEL DO CONTRADITÓRIO NÚMERO DOZE

            





Eu já passei dos setenta
Não estou na melhor idade.
Esse slogan inventado
Não passa de falsidade. 
Sou velho sei que sou velho
Não tenho a menor vaidade.

Sou velho não estou morto
Trabalho, estudo e estou vivo.
Procuro está informado
E no meu lado criativo
Escrevo crônicas e poemas
Com a mente e corpo ativo.

Mas não quero me enganar
Nem quero ser enganado
Queria ter vinte anos
Quando tinha o corpo sarado
Namorava, corria e pulava
Sem me sentir enfadado.

O peso dos anos contam,
Sei que não sou um menino.
Não posso me esquecer
E cometer desatinos
Tudo começa e acaba
Não existe outro destino.

Quero ser homem real
Não gosto de hipocrisia
Velho querendo ser moço
Não passa de fantasia
E só queria ser moço
Com a atual sabedoria.

Tem gente fantasiando
Tem gente tentando iludir
Forçando a quem é velho
A só pensar em consumir
Pra mim é sempre um bom livro
O meu jeito de divertir.

Não gosto de muito barulho
Não gostava quando era moço.
Nunca fui de oba-oba
Gritaria e alvoroço
Por isso e que estou inteiro
Não vivo no fundo do poço.

Quem vive se engando
Faz o que não pode fazer.
Fala pelos cotovelos
Diz o que não pode dizer.
Velho querendo ser moço
É um sábio sem saber.

Encerro o cordel doze
Lembrando da mocidade.
Do tempo que era jovem
Não minto tenho saudades.
Sou um velho consciente
Só me sinto mais competente
Se uso a maturidade.


Egídio T. Correia.

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