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Um pouco da história
Não se pode indicar a data do nascimento do Hinduísmo.
No terceiro milénio a.C. havia, junto dos rios Indo e Ganges, uma civilização já bastante avançada. Entre 2000 e 1500 a.C. o povo ariano destrói essa civilização e estabelece ali a religião védica. Veneram muitos deuses. Entretanto aparecem os Upanishadas que forneceram uma nova direcção para a tradição védica. O seu estudo deu lugar ao bramanismo (religião dos sacerdotes, Brâhmanes) e depois, no início da nossa era o hinduísmo.
Livros sagrados
- Vedas (Palavra sânscrita que significa "conhecimento divino").
Os Vedas são hinos escritos em sânscrito arcaico do séc. XII ao V a.C. e foram cinco colecções ou Samhita, que teriam sido reveladas por Brama aos rishi, ou sábios: é o "shruti", ou revelações. Divide-se em
Rig-Veda – ou veda das estrofes, composto por mil e vinte e oito hinos dirigidos à divindade;
Yajur-Veda – ou Veda das fórmulas sacrificais, composto por cinco colecções de formulação poética;
Sarna-Veda – ou Veda das melodias compreende muitas estrofes acompanhadas quase sempre por notações musicais arcaicas para uso dos cantores.
Atharva-Veda – ou dos contos mágicos, composto por trechos cosmogónicos e místicos.
Os Vedas foram comentados, explicados e completado por outras obras.
Brâma – Série de livros que servem de comentários explicativos aos Vedas e de guia aos sacerdotes nos sacrifícios. Os mais antigos parecem situar-se no séc. VII a.C.
Upanixade – Comenta as Vedas. São textos de doutrina oculta, compostos entre o VII a.C. e a época medieval que contêm, de forma não sistematizada, os temas fundamentais filosofia indiana.
Mahabharata – Longo poema escrito ao longo de alguns séculos; é constituído por fébulas e dissertações morais sendo a mais célebre a Baghavadgita, ou canto de Bem-aventurado. Fundamento particular de devoção a Krisna, ensina a conduta correcta.
Ramayana – E o mais antigo poema épico-religioso. Compõe-se de 50000 versos e conta as aventuras do herói Rama, encarnação de Vixnu.
A fé
O hinduísmo professa três deuses principais: Brama, que vem da raiz brah e que significa crescimento. Brama é a personificação masculina do Absoluto, pai e origem de todas as coisas, criador do Universo. É representado com quatro caras e quatro braços para indicar a sua omnipotência. Está presente em todas as coisas podendo manifestar-se sob qualquer espécie humana, animal (vacas sagradas, elefante) ou mineral (rio Ganges).
Assim se revela um panteísmo. Víxnu é a divindade solar que preside as coisas criadas, conservando-as e fazendo-as prosperar. Xiva é oposto a Víxnu, e é chamado o "destruidor".
Entre muitos outros deuses podemos mencionar Rama e Krishna descendente de Vixnu
O hindu acredita na reencarnação das almas, depois da morte, segundo os méritos.
Acredita também na possibilidade de libertação do homem do ciclo da reencarnação. A ética hinduísta consiste em quatro noções: é preciso aspirar à virtude, mesmo em detrimento de certos bens materiais; a virtude é a prática da não-violência; tem que sofrer pelos outros; e os vícios conduzem ao destino demoníaco que é a vida transmigrante.
Culto
Os actos da vida dos hindus revestem-se dum carácter sagrado e devem obedecer a ritos precisos, públicos ou privados
A oração deve fazer-se, pelo menos duas vezes por dia, ao nascer e pôr-do-sol.
Recitam-se textos dos Vedas e oferecem-se flores e fogo à divindade a que se presta homenagem.
Existem os brâmanes, sacerdotes que consagram a sua vida aos deuses.
Muitos ritos e festas doméstica acompanham a vida, desde a sua concepção até à morte, passando pelo dom do nome, iniciação religiosa (entre os oito e dez anos), casamento...
Festas
Uma religião com tantos deuses tem festas inumeráveis – mais de 40 por ano, variando segundo as regiões. Embora sendo difícil citá-las, indicando as principais
Durga-puja – É a festa em honra de Durga, deusa da fecundidade, esposa de Xiva. Celebra-se em Outubro – Novembro. São dez dias de procissões e cerimónias, nos templos.
Sivaratri – Em Fevereiro, em honra de Xiva, os fiéis decoram os templos e passa lá a noite.
Diwalí – Celebra-se em Outubro – Novembro, na lua nova, em honra de Lakshmi, deusa da prosperidade e da felicidade, É a festa das luzes. Vêem-se lâmpadas, por todos os lados, nos templos, nas casas, nos caminhos, no mar...
Holi – Em Fevereiro – Março, com danças e procissões, festeja a Primavera, a fecundação, o deus do amor. |
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